Adolescência
Introdução
Muitos temem os dias em que as
crianças se tornarão adolescentes. Os pais vivem no pavor de terem filhos na
fase da adolescência, porque temem a alienação que estes anos parecem trazer.
Eles temem pensar no tipo de relacionamento que testemunham entre os pais e seus
filhos e todos se preocupam com o ditado que diz: “Filhos pequenos, problemas pequenos;
filhos grandes, problemas grandes”.
Definição
Os anos que compreendem esse
período abrangem desde o início da puberdade até o momento em que os filhos
saem de casa para estabelecer um lar. Esses anos são caracterizados por grande
insegurança, de um lado o adolescente não é mais uma criança, mas do outro
também não é um adulto. Nessa fase eles tendem a ser vulneráveis, ansiosos,
instáveis e inseguros além de passarem pela crise da formação da personalidade.
Rebeldia
Os anos da adolescência
frequentemente são anos de rebelião. Com frequência essa rebelião tem raízes
mais profundas e muitas vezes esteve latente o tempo todo. Recordo-me de ver um
pai corrigindo seu filho que estudava na 4a série. O filho foi
repreendido na frente de outros e forçado a obedecer seu pai. Embora tenha obedecido,
a expressão em sua face demonstrava ira e uma profunda hostilidade contra seu
pai. O que o impedia de expressar sua rebelião ostensiva nessa ocasião? Anos
mais tarde esse meninos se rebelou, mas a rebelião de seu coração era a expressão
da ira que havia sentido, quando era aluno da 4a série e sofrera as
indignidades da repreensão pública.
Três bases para a vida
Quais são os objetivos da educação
nesse período da vida? O que você espera realizar? Há bases mais sólidas do que
suas convicções pessoais? Quais são elas? Provérbios 1:7-19 nos fornece a
orientação. Há três bases para a vida nesta passagem: O temor do Senhor (v.7),
a aceitação da instrução dos pais (v. 8-9) e o afastar-se dos ímpios (v.10-19).
O temor do Senhor
Assim como em qualquer outra área
da verdade teológica, a chave para crescermos é aplicar essas verdades na vida
diária, dessa forma você deve fazer com que o temor de Deus se torne funcional na
vida diária dos adolescentes. Você deve ensinar o adolescente que a pressão dos
colegas é simplesmente viver no temor do homem, em vez de no temor de Deus.
Você deve pastorear seus adolescentes em direção a viver no temor de Deus em
vez de no temor dos homens.
Aceitação da instrução dos Pais
Provérbios 1:8-9 declara:
Filho meu, ouve o ensino de teu pai e não deixes a instrução de tua mãe.
Porque serão diadema de graça para a tua cabeça e colares, para o teu pescoço.
Nessa passagem Salomão nos ensina
que os pais são uma fonte de sabedoria e instrução e que o adolescente que
aceita a instrução de seus pais será ricamente abençoado. Sempre se considera
que eles acham os adultos irrelevantes, mas a verdade é outra, eles vêm os
adultos, que vivem com integridade diante de Deus, como fonte de sabedoria e
instrução e o contexto principal para aproveitar esse fato é Deuteronômio 6.
Afastar-se dos ímpios
O terceiro assunto fundamental se
encontra em Provérbios 1:10 Filho meu,
se os pecadores querem seduzir- te, não o consintas. Salomão está
exortando seu filho à separar-se dos ímpios. Deus entende o problema da
influência e deveríamos fazer o mesmo. Vejamos algo bem interessante:
“vem conosco...(nós)
acharemos toda sorte de bens preciosos...Lança a tua sorte entre nós; (nós) teremos todos uma só bolsa...”
Qual a sedução para o adolescente
e jovem de acordo com o texto acima? A maneira mais eficaz de guardar os
adolescentes de serem atraídos por ofertas de companheirismo dos ímpios é fazer
que o lar seja um lugar atraente para eles. Ninguém fugirá de lugares onde são
amados e experimentam aceitação incondicional.
Essas três bases para a vida devem
fazer parte de toda conversa com seus adolescentes: o temor do Senhor, a aceitação da instrução dos pais e o afastar-se dos
ímpios. Quando isso está presente, podemos esperar que o favor do Senhor
repousará sobre nossos esforços.
Internalização do Evangelho
Outro processo muito importante
nessa fase é a internalização do evangelho que nada mais é do que a apropriação
das coisas de Deus como sua própria fé viva. Esse processo é muito importante,
mas depende apenas da ação de Deus através de seu Espírito Santo, no entanto,
podemos lutar na expectativa de que o evangelho é poderoso e de que Deus não
quer que ninguém se perca, assim Ele mesmo lutará para conseguir espaço nos
corações em que ainda não Reina. Seu papel durante esse período é pastorear o
adolescente encorajando-o e procurando influenciá-lo no processo de
internalização do evangelho. É necessário desenvolver um relacionamento de
pastorado com eles e nesse momento precisamos relembrar a seguinte figura:
Essa figura nos ajudará no
relacionamento com os adolescentes pois nos levará à um relacionamento de
interação positiva, de diálogo aberto e do desenvolvimento de um relacionamento
adulto onde aguardamos o tempo certo, abordamos temas amplos e permitimos a
discordância.
O processo de internalização é
muito importante, mas ainda não é o fim. Além dele é necessário desenvolver uma
maneira de pensar cristã, desenvolver amizades com adultos, descobrir e
desenvolver sua esfera peculiar de ministério, determinar uma carreira em
que eles possam cumprir o mandato cultural e a ordem de Deus de sustentarem a
si mesmos e ajudarem a suprir as necessidades dos outros, estabelecer a
identidade para formar um lar e família própria e desenvolver relacionamentos
maduros com seus responsáveis.
Confiando-os a Deus
A tarefa
de educar chega ao fim! Não somos mais os pastores a cuidar do rebanho. Esse
aspecto do nosso relacionamento está acabado. Isso será verdade, quer eles se
casem, quer simplesmente assumam seu lugar como adultos em sua comunidade. Deus
pretende que está seja uma tarefa temporária e em última análise VOCÊ PRECISA CONFIAR EM DEUS! O que
eles se tornarão não depende somente daquilo que você fez, mas dependerá também
da natureza do compromisso deles para com Deus. Você os entrega a Deus, sabendo
que pode confiar “seus filhos” ao Deus que tem lidado de maneira tão graciosa
com você.
PERGUNTAS PARA REFLEXÃO
1. O que você pode fazer para oferecer para seus adolescentes contextos de
instrução que lhes sejam oportunos?
2. Você está promovendo um lar onde seus adolescentes sentem-se amados e
aceitos?
3. O que você pode fazer para oferecer-lhes um especial senso de pertencer?
4. Você está usando a repreensão gentil e palavras agradáveis para
influenciar seu adolescente com perspectivas extraídas da Escritura?
5. Você está, de maneira consciente, preparando os adolescentes para
partirem?
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