Pastoreando o Coração da Criança XV

Adolescência 

Introdução
Muitos temem os dias em que as crianças se tornarão adolescentes. Os pais vivem no pavor de terem filhos na fase da adolescência, porque temem a alienação que estes anos parecem trazer. Eles temem pensar no tipo de relacionamento que testemunham entre os pais e seus filhos e todos se preocupam com o ditado que diz: “Filhos pequenos, problemas pequenos; filhos grandes, problemas grandes”.

Definição
Os anos que compreendem esse período abrangem desde o início da puberdade até o momento em que os filhos saem de casa para estabelecer um lar. Esses anos são caracterizados por grande insegurança, de um lado o adolescente não é mais uma criança, mas do outro também não é um adulto. Nessa fase eles tendem a ser vulneráveis, ansiosos, instáveis e inseguros além de passarem pela crise da formação da personalidade.

Rebeldia
Os anos da adolescência frequentemente são anos de rebelião. Com frequência essa rebelião tem raízes mais profundas e muitas vezes esteve latente o tempo todo. Recordo-me de ver um pai corrigindo seu filho que estudava na 4a série. O filho foi repreendido na frente de outros e forçado a obedecer seu pai. Embora tenha obedecido, a expressão em sua face demonstrava ira e uma profunda hostilidade contra seu pai. O que o impedia de expressar sua rebelião ostensiva nessa ocasião? Anos mais tarde esse meninos se rebelou, mas a rebelião de seu coração era a expressão da ira que havia sentido, quando era aluno da 4a série e sofrera as indignidades da repreensão pública.

Três bases para a vida
Quais são os objetivos da educação nesse período da vida? O que você espera realizar? Há bases mais sólidas do que suas convicções pessoais? Quais são elas? Provérbios 1:7-19 nos fornece a orientação. Há três bases para a vida nesta passagem: O temor do Senhor (v.7), a aceitação da instrução dos pais (v. 8-9) e o afastar-se dos ímpios (v.10-19).

O temor do Senhor
Assim como em qualquer outra área da verdade teológica, a chave para crescermos é aplicar essas verdades na vida diária, dessa forma você deve fazer com que o temor de Deus se torne funcional na vida diária dos adolescentes. Você deve ensinar o adolescente que a pressão dos colegas é simplesmente viver no temor do homem, em vez de no temor de Deus. Você deve pastorear seus adolescentes em direção a viver no temor de Deus em vez de no temor dos homens.

Aceitação da instrução dos Pais
Provérbios 1:8-9 declara:

Filho meu, ouve o ensino de teu pai e não deixes a instrução de tua mãe. Porque serão diadema de graça para a tua cabeça e colares, para o teu pescoço.

Nessa passagem Salomão nos ensina que os pais são uma fonte de sabedoria e instrução e que o adolescente que aceita a instrução de seus pais será ricamente abençoado. Sempre se considera que eles acham os adultos irrelevantes, mas a verdade é outra, eles vêm os adultos, que vivem com integridade diante de Deus, como fonte de sabedoria e instrução e o contexto principal para aproveitar esse fato é Deuteronômio 6.

Afastar-se dos ímpios
O terceiro assunto fundamental se encontra em Provérbios 1:10 Filho meu, se os pecadores querem seduzir- te, não o consintas. Salomão está exortando seu filho à separar-se dos ímpios. Deus entende o problema da influência e deveríamos fazer o mesmo. Vejamos algo bem interessante:

“vem conosco...(nós) acharemos toda sorte de bens preciosos...Lança a tua sorte entre nós; (nós) teremos todos uma só bolsa...”

Qual a sedução para o adolescente e jovem de acordo com o texto acima? A maneira mais eficaz de guardar os adolescentes de serem atraídos por ofertas de companheirismo dos ímpios é fazer que o lar seja um lugar atraente para eles. Ninguém fugirá de lugares onde são amados e experimentam aceitação incondicional.

Essas três bases para a vida devem fazer parte de toda conversa com seus adolescentes: o temor do Senhor, a aceitação da instrução dos pais e o afastar-se dos ímpios. Quando isso está presente, podemos esperar que o favor do Senhor repousará sobre nossos esforços.

Internalização do Evangelho
Outro processo muito importante nessa fase é a internalização do evangelho que nada mais é do que a apropriação das coisas de Deus como sua própria fé viva. Esse processo é muito importante, mas depende apenas da ação de Deus através de seu Espírito Santo, no entanto, podemos lutar na expectativa de que o evangelho é poderoso e de que Deus não quer que ninguém se perca, assim Ele mesmo lutará para conseguir espaço nos corações em que ainda não Reina. Seu papel durante esse período é pastorear o adolescente encorajando-o e procurando influenciá-lo no processo de internalização do evangelho. É necessário desenvolver um relacionamento de pastorado com eles e nesse momento precisamos relembrar a seguinte figura:




Essa figura nos ajudará no relacionamento com os adolescentes pois nos levará à um relacionamento de interação positiva, de diálogo aberto e do desenvolvimento de um relacionamento adulto onde aguardamos o tempo certo, abordamos temas amplos e permitimos a discordância.

O processo de internalização é muito importante, mas ainda não é o fim. Além dele é necessário desenvolver uma maneira de pensar cristã, desenvolver amizades com adultos, descobrir e desenvolver sua esfera peculiar de ministério, determinar uma carreira em que eles possam cumprir o mandato cultural e a ordem de Deus de sustentarem a si mesmos e ajudarem a suprir as necessidades dos outros, estabelecer a identidade para formar um lar e família própria e desenvolver relacionamentos maduros com seus responsáveis.

Confiando-os a Deus
A tarefa de educar chega ao fim! Não somos mais os pastores a cuidar do rebanho. Esse aspecto do nosso relacionamento está acabado. Isso será verdade, quer eles se casem, quer simplesmente assumam seu lugar como adultos em sua comunidade. Deus pretende que está seja uma tarefa temporária e em última análise VOCÊ PRECISA CONFIAR EM DEUS! O que eles se tornarão não depende somente daquilo que você fez, mas dependerá também da natureza do compromisso deles para com Deus. Você os entrega a Deus, sabendo que pode confiar “seus filhos” ao Deus que tem lidado de maneira tão graciosa com você.

PERGUNTAS PARA REFLEXÃO

1.     O que você pode fazer para oferecer para seus adolescentes contextos de instrução que lhes sejam oportunos?


2.     Você está promovendo um lar onde seus adolescentes sentem-se amados e aceitos?


3.     O que você pode fazer para oferecer-lhes um especial senso de pertencer?


4.     Você está usando a repreensão gentil e palavras agradáveis para influenciar seu adolescente com perspectivas extraídas da Escritura?


5.     Você está, de maneira consciente, preparando os adolescentes para partirem?


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