Pastoreando o Coração da Criança VI-VII


Descartando métodos não bíblicos


DEFINIÇÃO

Uma pequena menina atraiu minha atenção. Era uma criança bonita. Cada detalhe de sua roupa e maneiras de enfeitar-se falava de riqueza, ela e sua mãe, tal como eu, aguardávamos um vôo. A beleza desta criança era exterior, pois mostrava-se exigente e petulante. Era evidente que sua mãe, cansada de viajar, estava a ponto de impor sua autoridade. Então aconteceu! A criança resmungou, exigindo isso e aquilo. Sua mãe tentou aquietá-la, mas a criança estava implacável. Finalmente, a cansada mãe virou-se para ela e disse: “Estou cheia de você, eu a odeio! Vá embora, encontre outra pessoa e grite com ela! Não quero você, não aguento mais você! Suma da minha vista!

A garotinha foi em direção de sua mãe e disse:
“Desculpe, mamãe. Eu amo você, mamãe”.

Visto sob uma perspectiva, alguns poderão dizer que aquilo é ser bem sucedido na educação de filhos, pois o comportamento da garotinha foi rapidamente alterado, mas a que custo? A cura que a mãe usou foi pior que a enfermidade! Por essa razão não podemos ser indiferentes a metodologia, pois ela é tão importante como os objetivos.

Métodos não bíblicos

Abordagens não bíblicas nos alcançam de muitas maneiras. Através de livros, de programas de TV, de especialistas que prometem dar respostas sobre o assunto, de nossas próprias mentes ou da mente de outros, vejamos os mais comuns.


Não acabei tão mal


Infelizmente muitos não analisam a metodologia. Apenas ficam irados e gritam. Quando estão saturados batem nos filhos e tornam-se cada vez mais frustrados, quando desafiados respondem: “Meu pai gritava comigo e, as vezes me agredia, não gostava, mas acabei aprendendo e não acabei tão mal. Nesse método a confrontação e o abuso estão em alta, mas há outros métodos que simplesmente são reproduções impensadas daquilo que se viveu na relação com os pais.

Psicologia popular

Esse método baseia-se no suborno e foi a resposta de um especialista. Segundo ele o caminho era uma negociação onde os adultos deveriam usar seus poderes, subornando as crianças a fazerem o que desejam. Se seu filho não limpa o quarto, suborne-o. Na semana em que ele limpar o quarto, dê-lhe um chocolate ou algum dinheiro. Tudo o que tem de fazer é ser criativo. Uma outra forma é estabelecer um contrato que lhe garantam a realização das coisas que deseja.

Mudança de comportamento

Alguns métodos da psicologia popular dirigem-se à mudança de comportamento. A ideia é simples. Recompensa-se o bom comportamento de alguma forma tangível, ignora-se ou até pune-se o comportamento ruim. Embora eu não seja contra o elogio a criança por fazer o que é certo, rejeito a noção de que as crianças deveriam ser recompensadas por cumprirem responsabilidades normais. Vejamos um exemplo desse método: Uma família que conheço desenvolveu o seguinte: Cada vez que seus filhos reagiam positivamente a qualquer coisa, colocavam o nome da criança em um pedaço de papel e o depositavam em um jarro. Qualquer coisa que a criança fizesse que fosse certa seu nome ia para o jarro. Se ela fizesse alguma coisa errada seu nome sairia do jarro. No fim da semana, um nome era retirado do jarro e a criança vencedora ganhava um presente. As crianças rapidamente aprenderam a regra do jogo.
Ponha seu nome no jarro o maior número de vezes possível!!!
Você quer saber o resultado. Funcionou muito bem!!! Foi um instrumento eficaz para ensinar as crianças a serem egoístas, motivadas por recompensas e a ganharem a aprovação dos pais pelo comportamento. Em contrapartida a Bíblia nos ensina que as recompensas são o resultado da obediência e não o fim. (1 Samuel 2:30).

Emocionalismo

Esse método foi o usado pela mãe de nossa ilustração inicial. Sua base é o apelo às emoções, em outras palavras, trata-se da “famosa” chantagem emocional.

Correção punitiva

Alguns usam a abordagem punitiva. Esses usam a ameaça da punição para controlar as crianças. Há muitas variações desse tema. A punição pode ser uma surra, um grito, a privação de algo que a criança deseja, prender no quarto, ficar sem TV, sem sair, etc.
O problema aqui é que frequentemente as questões que ocasionaram o mal comportamento não são abordadas, assim castigar não é corrigir, pois não aborda as questões do coração de uma maneira bíblica. O coração está sendo alcançado, mas de uma forma errada.

Ecletismo inconsistente

Essa abordagem é exatamente o que o nome indica. É passível de erro por ser mutável. Não há consistência. É eclética, porque livremente extrai suas bases de várias fontes. Uma semana usa-se um método, na semana seguinte outro e ao ouvir um terceiro rapidamente migram para ele. Esse método é ainda pior que os anteriores, pois deixam as crianças perdidas e confusas.

Avaliando métodos não bíblicos

Onde nos levam esse métodos não bíblicos? Que tipos de frutos produzem? Embora tenhamos falado sobre vários métodos, todos levam ao mesmo problema. Uma educação superficial, em vez de nos conduzir a pastorear os corações das crianças.

Resumo

Tomemos como exemplo uma criança que esteja com problemas em fazer o dever de casa: 

Abordagem de suborno – Faça seu dever toda semana e vou levá-lo ao jogo de futebol;
Abordagem emocional – Por favor faça seu dever. Sinto-me tão mal quando não o faz. Tenho vontade de morrer;
Abordagem punitiva – Você não fez seu dever, portanto, nada de TV por uma semana, se falhar novamente nada de TV por duas semanas;
Mudança de comportamento – Em cada dia que você fizer a tarefa, colocarei no jarro um pedaço de papel com seu nome;
Não acabei tão mal – Quando não fazia o dever meu pai “-----”, isso não me fez mal, aprendi a fazer meu dever.