Definição
Precisamos entender que a tese mais importante desse capítulo é que a direção para quem a criança está voltada determinará sua reação àquelas influências formativas. Vejamos dois textos para nos ajudar nessa compreensão:
“Quem corrige o zombador traz sobre si o insulto; quem repreende o ímpio mancha o próprio nome. Não repreenda o zombador, caso contrário ele o odiará; repreenda o sábio, e ele o amará. Instrua o homem sábio, e ele será ainda mais sábio; ensine o homem justo, e ele aumentará o seu saber. “O temor do Senhor é o princípio da sabedoria, e o conhecimento do Santo é entendimento. Prov 9:7-10.
O temor do Senhor = Sabedoria = Ação
“Sobre tudo o que se deve guardar, guarda o teu coração, porque dele procedem as fontes da vida” Prov 4:23.
O significado
O quadro a seguir representa a criança como um ser de aliança, um ser religioso. Essa expressão é para lembrar-nos de que todos os seres humanos têm uma orientação em direção a Deus. Todos são essencialmente religiosos. As crianças são adoradoras, ou adoram a Javé ou os ídolos. ELAS NÃO SÃO NEUTRAS!!! As crianças filtram as experiências da vida através de uma peneira religiosa que lhe serve de referencial.
Dois Caminhos a Escolher
O segmento esquerdo superior do quadro mostra uma pessoa que é um adorador do único Deus verdadeiro. A seta apontada em direção a Deus indica a orientação do seu coração: essa pessoa quer conhecer e servir a Deus, cada vez mais. A seta apontada a partir de Deus indica que Ele inicia e sustenta ativamente a atuação deste seu filho. A divisão esquerda inferior mostra uma pessoa envolvida em idolatria. Ela curva-se diante de coisas que não são Deus e não podem satisfazer.
Para ser preciso, uma criança pode não estar consciente de seu compromisso religioso, mas ela nunca é neutra.
Duas passagens nos ajudam nessa compreensão:
Os ímpios erram o caminho desde o ventre; desviam-se os mentirosos desde que nascem. Salmos 58:3
Sei que sou pecador desde que nasci, sim, desde que me concebeu minha mãe. Salmos 51:5
Estes versículos são muito instrutivos. Mesmo uma criança no ventre, ou uma recém nascida, é obstinada e pecadora, por isso uma das justificativas para utilizar a vara nas crianças é que “a insensatez está ligada ao coração da criança, mas a vara da disciplina a livrará dela” (Provérbios 22:15).
O ponto central deste provérbio é que alguma coisa está errada no coração da criança e requer correção.
O coração não é Neutro
Uma vez que não há neutralidade no coração da criança, ou elas adoram a Deus ou os ídolos. Estes ídolos não são pequenas estátuas, mas os sutis ídolos do coração, alguns exemplos desses ídolos são: desejos maus, cobiça, orgulho, egoísmo, etc.
Enquanto as crianças interagem com sua experiência de infância, o fazem a partir de uma orientação em direção a Deus, seja de fé que o reconhece e o aceita ou de incredulidade que o nega e o rejeita.
A quem a Criança Adorará?
É importante ser claro nesta questão. Criar filhos não é apenas prover bons estímulos. Criar filhos não é apenas criar uma atmosfera construtiva no lar e uma interação positiva entre o filho e seus pais. Há uma outra dimensão. A criança está interagindo com o Deus vivo. Está adorando, servindo e crescendo em entendimento das implicações de quem é Deus, ou está buscando sentido na vida sem um relacionamento com Deus.
Se está vivendo como um tolo e diz em seu coração: “não há Deus”, tal pessoa não deixa de ser uma adoradora, ela simplesmente adora o que não é Deus. Parte da tarefa dos pais é pastoreá-la como uma criatura que adora, mostrando-lhe o Único que é digno de adoração. A questão não é: “ela vai adorar?”, mas sempre: “A quem ela vai adorar?”.
A importância da orientação em direção a Deus
As influencias formativas não constituem a história completa da formação da criança. Se o homem fosse apenas a soma total das influências que o moldam (determinismo) muito seriam bem diferentes do que são hoje.
Em meio as influências formativas difíceis, podemos nos entregar a Deus, que nos transforma em pessoas que reagem a partir de um relacionamento vivo com Ele e não a partir das influências.
Resumo
Existem dois critérios que orientam a formação do tipo de pessoa que seus filhos se tornarão: 1o As influências formativas da vida e 2o Sua orientação em direção a Deus. Portanto, a criação de seus filhos deve se dirigir a ambas as questões. Preocupe-se em como estruturar as influencias formativas da vida, mas pastoreie ativamente o coração de seus filhos, dando-lhes orientação em direção a Deus.
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